Acabei de ler “Tartarugas até Lá Embaixo”, novo livro do John Green pra Intrínseca e é inevitável não comparar com os outros depois de você ter lido mais de uma vez cada um dos livros.
O livro é bom? É. Médio. Assim, Aza Holmes tem suas crises de ansiedade e se tem uma coisa que Green faz bem é nos deixar ansiosos juntos com ela. Lembrei insistentemente de uma música do Marcello Gugu que fala sobre crises de ansiedade e como que nunca é a besteira que os outros pensam.
Talvez por isso tenha dado uma chance a Aza. E se tem outra coisa que o livro nos faz refletir bastante é sobre a condição de julgar as batalhas que as outras pessoas travam. Aliás, sobre como NÃO temos condição alguma de julgar as lutas internas de cada um.
E de como precisamos lidar com os nossos próprios monstros.
Green tem seu estilo. E eu gosto. Ainda assim, não acho que esse livro tenha sido o seu melhor. Também não quero dizer aqui que é um livro para não ser lido. Se você conhece alguém que sofre de crises de ansiedade, vai conseguir entender melhor o mundo dessa pessoa. Ou dando o livro de presente talvez a ajude entender que isso não é um defeito de fabricação: é apenas um dos bilhões de jeitos de qualquer pessoa.
Imagino que ele seja um livro interessante para os jovens. Muitos desses que estão construindo sua personalidade, que sentem intensamente e que ainda estão entendo o que é conviver em sociedade e a complexidade disso.
Dentro do gênero em que se insere, “Tartarugas” cumpre seu papel de dialogar bem com seu público e expor uma condição que muitos acham bobeira. A trama por trás dela – o sumiço de um bilionário e as aventuras de duas amigas para conseguir pistas que desvendem o seu paradeiro, chega até a ser esquecida em algumas partes.
O drama humano é bem maior.
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Não pretendo virar crítico literário, só pretendo ir comentando aqui os livros que eu for lendo ao longo de 2018.
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